sábado, 31 de janeiro de 2009

Volta do filho pródigo


O Pai não condenou, nem rejeitou, somente amou

Todos nós conhecemos a passagem de Lucas 15,11-32 que fala do filho pródigo. Todos nós somos ou fomos este filho que retornou a casa do Pai.

Mas se você ler com atenção esta passagem de Lucas, quem se destaca é o Pai e não o filho, pois o centro da passagem é o amor misericordioso do Pai (cf. Lc 15, 20b).

É esta atitude que Deus tem com cada um de nós todos os dias, ir ao nosso encontro, cobrir cada um de nós de beijos e dar seu coração misericordioso a nós.

“Que Deus inflame nosso coração com sua misericórdia para tratarmos a nós mesmos e os outros com Misericórdia”.

O filho não trocou a roupa ou tomou banho para ir ao encontro do Pai, mas foi do jeito que se encontrava, não escondeu a sua miséria ou a situação de pecador. Contudo se lançou nos braços do Pai com tudo que tinha.

O Pai não condenou, nem rejeitou, somente amou. Deus te trata assim, espera que você venha ao encontro Dele como você está; com a roupa suja de pecado, com a miséria que você vive.

A mesma atitude do Pai devemos ter para acolher os irmãos que virão e estão vindo ao nosso encontro. Não podemos exigir que eles estejam com roupa de festa para vir ao nosso encontro, mas somos nós que os vestiremos com roupa de festa, colocaremos anel e acolheremos com alegria.

“A tua misericórdia, ó Deus, não conhece limites e é infinito o tesouro da tua bondade... (Oração depois do Hino "Te Deum") e "Ó Deus, que revelas a tua onipotência sobretudo com a misericórdia e com o perdão..." (Oração do Domingo XXVI do Tempo Comum).

Já fomos filho pródigo e experimentamos a misericórdia. Hoje Deus te convida a levar a misericórdia a todos.

Por que ir a Igreja se eu posso rezar em casa?


É muito comum, os católicos "praticantes" ao convidarem alguém para ir a Igreja, ouvirem coisas como: "Por que ir a Igreja se posso rezar em casa?" ou "rezo em casa mesmo. Não preciso ir na Igreja"...

A verdade, é que precisamos sim ir à Igreja. Tudo bem que podemos e devemos rezar em casa. Aliás, devemos rezar em todos os momentos. O próprio São Paulo nos diz:“Orai sem cessar, por que essa é a vosso respeito à vontade de Deus” (I Ts 5,17-18). Porém a Igreja é um lugar especial. A Igreja é a Casa de Deus. É ali que Ele habita. Ali, a cada Santa Missa, Jesus renova seu Santo Sacrifício e se faz corpo e Sangue para nos dar a vida. Ali Jesus fica no Sacrário esperando a nossa visita.

Moisés quando viu a Sarça que ardia, recebeu a seguinte ordem:

"Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa." (Ex 3,5)

A morada de Deus é um lugar Santo. É um lugar diferente. É um lugar separado. O ato de sair de casa para ir ao encontro de Deus, é semelhante ao que fez Moisés, quando tirou as sandálias para entrar no território santo. Quando visitamos a casa de Deus, saímos do nosso orgulho, e por que não dizer do nosso comodismo espiritual para encontrar o Deus que nos acolhe.

Antigamente, não nos era permitido ver o que acontecia nos altares. Até hoje a Igreja Católica Ortodoxa é assim. O altar fica por trás de um grande ícone e os fiéis apenas participam aguardando, contemplando o que acontece. Numa mistura de expectativa e zelo. Tamanho é o zelo e o respeito pelo Santo Mistério da Eucaristia, e consequentemente do tempo de Deus.

Hoje para nós católicos, nos é permitido não apenas ver, mas estar, contemplar e participar do Santo Sacrifício. E por causa do Sacrifício de Cristo, podemos adorá-lo na Eucaristia. Estando na casa de Deus, podemos experimentar a graça de através do visível, tocar no invisível. Quando você entra na Igreja, imediatamente acontece o encontro de dois corações: O seu - do jeito que está - com o de Jesus - do jeito que é. Ainda que você não sinta nada, só ar que você respira é diferente. O solo é santo. A Igreja por mais simples que seja, exala Cristo. As graças acontecem quando você tem consciência disso. E não precisa de sentimentos. Se tomarmos consciência disso nós podemos dizer como o Salmista:

Que alegria quando me disseram: Vamos subir à casa do Senhor... (Sl 121,1)

Por isso devemos ir a Igreja sempre. Com alegria e respeito. Para aprendermos o que é um templo, devemos freqüentá-lo sempre. Pois São Paulo também nos ensina:

Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? (I Cor 3,16).

Sim, somos de fato Templo de Deus. O Espírito Santo habita em nós. Mas para saber como "ser" templo de Deus, é preciso aprender com o Templo Igreja. Como disse antes: através do visível, tocamos o invisível. Só freqüentando com zelo e respeito o templo que vemos, aprenderemos e tomaremos consciência do templo que nós somos.

Proponho hoje a você, sobretudo a você que há muito tempo não entra numa Igreja, fazer hoje, ainda que por alguns minutos, uma visita a uma capela. Sabendo que lá habita Deus. Sente-se. Respire. Perceba que ali, algo maior te envolve. Esse algo maior é Deus que com sua santidade, se faz presente. Nem peça nada, nem fale nada. Experimente a graça de estar na Casa de Deus. E garanto que depois disso, você voltará muitas e muitas vezes!


Na coletoria de impostos, Mateus se levantou e seguiu Jesus. Para que você entenda melhor, o Senhor viu um homem nesse local [coletoria de impostos] e o chamou, assim como está no Evangelho de hoje: Mateus 9, 9-13.

O povo de Deus estava sob o jugo do Império Romano. Eles realmente cobravam pesados impostos e tinham consciência de que não poderiam ser dominados por um povo pagão. Os romanos, por essa razão, foram muitos espertos. Por isso os cobradores de impostos eram odiados pelo povo. Pelo fato de serem odiados isso causava polêmica na época, pois violência gera violência; injustiça gera injustiça. Os romanos mais espertos cobravam na proporção que eles recebiam, e 10% do que arrecadavam eram para eles. Por isso eram tão duros e corruptos.

Mateus que é o autor do Evangelho, contando-nos o que aconteceu em sua vida, um testemunho de fé e amor por Jesus. O que nós chamamos de conversão, que é uma transformação de vida. Deus ama você e Jesus pessoalmente o ama gratuitamente, não pelas coisas que você faz, Ele o amou antes de você existir. Não é por mérito, mas por Ele ser amor. Tudo com amor. Apesar de todas as “burradas” de sua vida, Ele nunca deixou de amar você. Jesus tem um interesse especial para mim. Diga a você mesmo: “Jesus me ama!”, convicto, mesmo nos erros de sua vida, pois Ele o ama gratuitamente. Hoje Jesus também está dizendo a você: Segue-me!

Na verdade, esse convite não é para você ser padre, religioso ou religiosa; é certo que no nosso meio há pessoas vocacionadas a isso, mas Ele está o chamando, assim como fez com Mateus.

Era de costume daquela época que o mestre fosse à frente e os discípulos seguiam-no em fila indiana, um atrás do outro. Se estavam andando na rua, já sabiam que o que estava à frente era o mestre.

“Segue-me” é o que Ele lhe fala de perto: “Venha estar bem próximo a Mim”. Não queira mais ir pelos caminhos por onde andou, mesmo que você tenha medo de segui-Lo. Porque muitas vezes quando lemos e escutamos estas palavras nos dá arrepio e medo, mas o próprio Jesus está lhe dizendo “Segue-me”. O restante Ele fará.

Ele não olha para a sua situação, mas olha para o amor d'Ele dizendo “segue-me”. Parece até uma irresponsabilidade quando nos fala, mas assim como acontece com Mateus, que larga tudo e O segue, é o Senhor que está lhe dizendo: “Siga-me”.

Se sua vida estiver estragada e escangalhada, mesmo assim é Jesus que o chama e não é difícil segui-Lo. Vai ser uma luta, mas não impossível. Somente exigirá muita constância e lutas interiores. Existem muitos “jovens PHN” que decidiram seguir Jesus, e assim como Jesus chamou Mateus, agora é a sua vez.